sábado, 10 de dezembro de 2011

Vindimas de desespero

Não bebas tanto, meu filho!

Não bebas como se a vida

Fosse um poema de sangue.



Não enchas tanto esse copo

De dragões e esquecimento.

Não abras esses relógios

Julgando o tempo lá dentro.



Não abras essa garrafa.

Deixa o vinho adocicar.

Quando morreres é Setembro

E os cestos não vão poisar

Vindimas de desespero


Só podem envenenar.



Não entres nessas adegas

Não te vás embriagar.






1995

Sem comentários:

Enviar um comentário