Sei de uma canção
Que fala da morte
Que fala da morte
E da compreensão.
Agora estou de volta
Não trouxe a canção
Mas trouxe as vozes da América.
Ouçam as vozes da América:
Hoje morreu um homem
Na letra de uma canção.
Foi inventado por mim
Morto pela minha mão.
Já viram que faço dele
Tudo o que me apetecer?
Posso pô-lo em liberdade,
Posso dar-lhe a minha idade
E até o posso abater.
Podia dar-lhe uma arma,
E mandá-lo combater.
Podia fazê-lo calar,
Mete-lo numa prisão
Até o poema acabar.
Posso rasgar o poema.
Fazer cair outro homem,
Gritar-lhe bem alto a canção
No quarto onde as bestas dormem
As feras andam soltas
P´la cidade.
Alguém as teme?
Alguém as prende?
Há alguém que está calado
Porque ninguém o entende?
Há alguém a construir
Na cidade uma cabana?
Já estou farto d´acordar
E pensar que estou na minha cama...
Ei,
Pensam que estou sòzinho?
Atrás da minha cabeça
Tenho escrito prisioneiro.
Alguém me solta?
Dá-me um convento?
Estou na terra de ninguém
A matar tudo o que é tempo.
A violência passou
Tal como passou o vento?
As notícias desta morte
Que é que as vai receber?
No meu caixão quero um espelho.
Quero ver.
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